A bicheza da casa

Cá por casa, circulam miando 3 felinos. Passo a apresentá-los:

O "Pantera", o macho miante de pêlo negro, pachorrento depois de ser castrado (não admira) e com um feitio muito próprio, guloso, já foi mais gorducho, depois esteve a dieta e agora está (e passo o trocadilho em brasileiro ) um "gatão"!

A "Akira", também de pêlo negro, é a gata mais tagarela que até hoje conheci, parece que conversa connosco (é mesmo chata, acreditem!) e não está esterilizada, por isso quando está "naquela altura" consegue ser quase insuportável! É a companheira de brincadeiras da mais nova, apesar de no início não lhe achar muita piada!

A "Mishi", é a mais novinha, de pêlo branco e olhos azuis, adoptámos-la no cantinho dos animais e está esterilizada, ao contrário da outra, é caladinha, o miar dela é de bebé e ainda um tanto esquiva (mal sabemos nós porque foi abandonada lá) mas cá tem tantos mimos como os que já cá estavam! Foi o André que a escolheu, por vontade do meu Anjo trazíamos uma outra de pêlo preto que lá estava, por mim trazia uma tricolor sem um olho (aliás por mim até os trazíamos todos, mas não dava)!

Quando estão a comer lembram um código de barras, todos alinhados... preto-branca-preta...

E depois temos o "Anchovas" que está na casa da minha avó e é um hamster chinês cinzento, a que o André adora dar alface! É mesmo engraçado e pequenino, gosta de andar pendurado nas patas dianteiras e de fazer girar a roda, é a mascote lá de casa!

E vocês, as vossas companhias não-humanas?!?

Ena, ainda bem que somos todas umas petlovers que lhes sabemos dar o devido valor!

A Akira vai ser esterilizada este mês, estamos a tentar equilibrar as contas e o tempo, mas está já na agenda... vê-se mesmo que a bichinha sofre... dá pena!

Porque além dessa altura, é uma gata vivaça!

Eu não sei viver sem bichos... a sério, sinto-me incompleta, porque também fui criada com muita bicheza à minha volta, no monte dos meus avós, em casa, vizinhos e amigos, toda a gente gostava de animais e tratavam-nos bem... as visitas do e ao veterinário, as vacinas, os treinos e as graças... faz tudo parte!

Miau a todas!

Estamos tão tristes...
Nos últimos meses perdemos o "Anchovas", de idade (segundo consta)... depois dele veio o "Azeitona", também um hamster (de outra raça), mas acho que este já veio doente da pet-shop, não tive coragem de lá ir comprar mais nenhum...

E esta semana perdemos a nossa querida Akira... no fim de semana começou a ficar "calada" (o que é completamente adverso à personalidade dela), apática e sem apetite (já no Domingo), tinha o nariz seco e estava quente decidimos ir com ela ao hospital veterinário no dia seguinte... mas foi tarde demais... durante a madrugada faleceu... o meu Anjo escovou-a, cortou-lhe as unhas, envolveu-a na sua mantinha preferida e numa caixa de cartão levou-a até mim para me despedir (eu estava a trabalhar, eram 3,30h), senti-me completamente impotente... ver o amor da minha vida completamente de rastos... como nunca o tinha visto, e deparei-me com a perda de... uma amiga... que ficou sepultada, com um altar, debaixo da copa de uma grande árvore, sob as estrelas e a lua, e rodeada de flores...

E estamos completamente destroçados... nem imaginam... e o Pantera e a Mishi andam completamente perdidos, parte-nos o coração...

Obrigado a todas...
Sempre estive rodeada de animais, sempre (!) e pensei que com o tempo (não digo que fosse mais fácil, mas) não fosse tão difícil, tão doloroso lidar com a perda... não podia estar mais enganada!
Felizmente que os animais, o ar do campo, a liberdade que só a Natureza me faz sentir está presente na minha vida, eu era daquelas crianças que levavam animas para casa a toda a hora, fosse cão, gato, cheguei a levar um morcego porque caiu da árvore e eu não o consegui lá recolocar, desde bichos da seda a piriquitos, caturras, tartarugas e peixes, porquinhos da índia e hamsters, pombos e coelhos... e ainda tenho os meus bisavós que têm um terreno e por isso muito espaço para albergar as minhas "crias" quando deixavam de o ser, serviam de guarda, de companhia, de conforto, de brincadeira, e todos foram bem tratados, cuidados até ao fim dos seus dias. Até me apegava aos porcos, dava o leite aos cordeiros e montava os borregos e ovelhas, tirava leite das cabras e das vacas, ía buscar os ovos das galinhas... soube sempre diferenciar o tratamento de cada animal e aprendi a lidar com a dor dos que se sacrificavam para consumo alimentar, participava porque era a última homenagem aquele ser que me proporcionou horas de alegria, de distanciamento dos problemas que vivia, dos segredos que me guardou...
Mas custa... ainda custa...