Como aumentar a sua auto-estima para ter uma vida melhor
«Não há dúvida de que existe uma relação entre uma elevada auto-estima saudável e a satisfação em relação à nossa vida. Os homens e as mulheres que gostam de si e se aceitam, conseguem sentir-se razoavelmente felizes. Contudo, apesar de uma boa auto-estima ser uma peça indispensável para a felicidade, não é, por si só, suficiente. Existem pessoas afectadas por problemas dolorosos ou contratempos implacáveis que destroem as suas probabilidades de se sentirem felizes, mas não afectam a sua auto-estima porque não se culpam a si mesmos por estas dificuldades».
Est curiosa explicação é de Luís Rojas Marcos, conceituado psiquiatra espanhol que vive e trabalha em Nova Iorque há 40 anos. «A Auto-Estima – A Nossa Força Secreta» é o seu mais recente livro, lançado recentemente entre nós, e o ponto de partida para entrevista que deu à saber viver.
Como define auto-estima?
A auto-estima é a avaliação que fazemos de nós próprios. Esta auto-avaliação baseia-se na percepção que temos, mais ou menos negativa ou positiva, dos aspectos que consideramos relevantes da nossa personalidade e vida.
Dependendo das nossas prioridades, na hora de nos avaliarmos podemos incluir desde a capacidade de relacionamento com os outros até à aparência física, passando pela capacidade intelectual, os sucessos atingidos, os bens materiais que possuímos ou a alegria que sentimos na vida quotidiana.
É possível construirmos a nossa auto-estima ao longo da vida ou esta é determinada pelo nosso mapa genético?
O poder dos genes sobre a nossa maneira de ser e a avaliação que fazemos de nós próprios é inquestionável. No entanto, a nossa personalidade e forma de encarar o mundo também são moldadas pelas mensagens que vamos recebendo do meio em que vivemos.
Muitas pessoas transformam as suas imperfeições em talentos e crescem de uma forma sã, mesmo na adversidade.
E qual é, nesse caso, o papel do meio social/familiar na infância?
Um meio familiar afectuoso, protector e estimulante facilita às crianças a formação de uma representação mental saudável de si mesmas, a sensação gratificante de pertença a um grupo.
Por outro lado, condições nocivas de aborrecimento e abandono tendem a fomentar nas crianças a suspeita em relação aos outros, o pessimismo, o isolamento e, em último grau, o desprezo por si mesmos.
Como podem os pais fortalecer a auto-estima dos seus filhos?
Os cuidados e a atenção que os pais dedicam aos filhos ao longo da infância têm um impacto tremendo na imagem que as crianças criam de si próprias. De uma forma geral, os pais que são carinhosos, que apoiam as crianças, que as escutam e respeitam, que, ao mesmo tempo, as guiam e estabelecem regras e objectivos claros e alcançáveis, tendem a incutir-lhes uma opinião favorável de si mesmas e a alimentar-lhes a confiança, o sentido de competência e de responsabilidade e a predisposição para enfrentar novos desafios. Um relacionamento oposto a este alimenta a insegurança, a culpabilidade e o sentimento de inferioridade, para além de reforçar o círculo vicioso de «não sou bom, vou fracassar, por isso, para quê tentar?».