Gozona

Vou ser franca e basear-me na minha experiência enquanto mãe, irmã, prima, etc...
As birras podem surgir conforme a etapa de crescimento e idade, mas a sua resolução depende muito da presença do adulto, não sou apologista do "passa com a idade", "deixa lá, há piores" e coisas do género, que sempre ouvi da boca da minha avó por já ter criado não-sei-quantas crianças! Também não sou a favor da violência, nem austeridade radical, isso deixa acriança confusa e confunde o medo com o respeito.
Há que ser inteligente! Dar a volta com truques, adoptar o castigo ou a recompensa conforme o caso e não ceder nunca! A criança sabe estudar-nos e conhece-nos bem o suficiente para saber como nos chantajar e ir com a dela avante. E as avós cedem, logo porque não pensar que as mães não cederão também? É ir experimentando e insistindo... é isso que a criança faz, certo?
Fui muito dura comigo enquanto mãe, quando me culpabilizava por ter 3 (até 4) empregos fora de casa quando o Dé era pequeno, sabia que tinha de o fazer mas sentia-me um fracasso como mãe, apesar de estar com ele o máximo de tempo que conseguia, sem falhar uma consulta, terapia, reunião, festinha no colégio e ouvia sempre como correu esse dia, nem sei como o dia só tinha 24 horas nessa altura!!!
Não é por ser firme que sou pior Mãe! E tenho a certeza disso! Desde birras a embirrações, de bater o pé a riscar e atirar com tudo, a gritar, chorar, dar pontapés, a fugir, mentir, desobedecer, dizer coisas que magoam... o Dé experimentou de tudo! Sim, faz parte do crescimento e desenvolvimento da personalidade, mas não tem que fazer parte do dia a dia e, ao contrário do que se vê, não é assim que se deve viver em sociedade e em harmonia familiar! A minha mãe andava sempre aos gritos e batia-me, o meu pai metia-me medo com palavras e olhares, a minha avó mimava-me demais, mas acabava por me chamar à razão! E foi o método dela que funcionou, falava comigo, fazia-me ver as coisas, dava-me castigos ou recompensas, relembrava-me de situações parecidas e do que se fez na altura, etc... claro que dependendo da idade funcionava ou não, e aí sim foi uma questão de tempo, mas foi constante!
Claro que as Mães e as crianças são diferentes de umas para as outras e entre elas, mas precisam de ter consistência, e isso não acontece quando os adultos que as educam têm métodos e opiniões diferentes! Cada uma há-de se saber o que melhor funciona, até lá há que experimentar diferentes abordagens...